Desenvolvimento Cognitivo

 

O desenvolvimento cognitivo foi estudado por Jean Piaget e Lev Vygotsky que tem uma perspectiva construtivista acerca deste assunto, ou seja o conhecimento é uma construção progressiva e, como tal, está dividido por patamares/estádios.  

1 – Estádio sensório-motor [0 - 2 anos]

2 – Estádio pré-operatorio [2 - 6/7 anos]

3 – Estádio operatório-concreto [6/7 - 11/12 anos]

4 – Estádio operatório-formal [11/12 anos em diante]

 

Podemos ainda referir alguns factores de desenvolvimento: hereditariedade e maturação interna, experiencia física, transmissão social e equilibração.

 

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. Inteligência prática

. Exploração manual e visual do ambiente

. Imitação

. Agarrar, chutar, bater..

. Centralização do corpo

. Noção de permanência do objecto
 

. Irreversibilidade

. Egocentrismo

. Centralização

. Não conservação
 

. Pensamento lógico

. Reversibilidade

. Pensamento descentrado

. Noção de conservação

. Espaço, tempo..

. Classificações e seriações
 

. Pensamento abstracto, lógico e formal

. Realiza operações sobre ideias

. Egocentrismo intelectual

. Raciocínios hipotético-dedutivos

. Deduções e induções

.Pensamento perspectivista e combinatório

 

 

Piaget e o desenvolvimento

 

A teoria de Piaget é funcional/psicobiológica, porque acentua a adaptação do organismo ao meio e é estrutural/construtivista, porque realça a organização dos processos cognitivos.

Piaget estudou o desenvolvimento cognitivo da criança e, segundo este autor, a inteligência constrói-se progressivamente ao longo do tempo, por estádios ou etapas constantes e sequenciais.

Defende uma posição construtivista/interaccionista: as estruturas do pensamento são produto de uma construção contínua do sujeito que age e interage com o meio, tendo um papel activo no seu próprio desenvolvimento cognitivo.

Partindo dos reflexos do bebé, herdados geneticamente, a criança vai construindo progressivamente estruturas mentais até atingir o pensamento formal.

Assim, a inteligência é perspectivada como uma adaptação do indivíduo e das suas estruturas cognitivas ao meio. Esta adaptação assegura o equilíbrio entre o indivíduo e o meio através de dois mecanismos: assimilação e acomodação.

A adaptação é o processo interno de equilíbrio entre o organismo e o meio. Resulta da interacção entre a assimilação e a acomodação. É através da assimilação que o sujeito integra, incorpora os elementos do meio nas estruturas mentais já existentes. Por sua vez, as estruturas mentais modificam-se em função das situações novas/novos dados que provêm do meio – acomodação.

 

Neste contexto, surge-nos também a equilibração, que é o mecanismo interno de regulação entre a assimilação e a acomodação que permite a adaptação do indivíduo ao meio, permitindo uma progressão no sentido de um pensamento cada vez mais complexo.

 

Factores de desenvolvimento

 

Hereditariedade, maturação interna – a hereditariedade e maturação interna dos sistemas nervoso e endócrino, bem como o crescimento orgânico têm um papel importante no processo de desenvolvimento. Ainda que a maturação dependa fundamentalmente de factores genéticos, a estimulação do meio pode acelerar/retardar o processo de maturação;

 

Experiência física – a acção exercida sobre os objectos desenvolve a motricidade a criança propiciando o seu desenvolvimento intelectual;

 

Transmissão social – integrada na sociedade, a criança interage com o meio físico e social. Um meio mais estimulante favorecerá o seu desenvolvimento equilibrado. Contudo, o efeito de transmissão social, da educação, só tem resultado se houver uma assimilação activa do sujeito;

 

Equilibração – mecanismo regulador da assimilação e acomodação que permite a adaptação do indivíduo ao meio, permitindo uma progressão no sentido de um pensamento cada vez mais complexo.